Visão mecanicista

• A TDO é expressa principalmente no fígado e é sobre-expressa por glucocorticoides (hormonas do stress, por exemplo, o cortisol) e pela disponibilidade de TRP. Desempenha um papel central na regulação basal do triptofano, sendo frequentemente elevada durante stress prolongado ou cargas metabólicas elevadas. 
• A IDO1 é expressa em células imunitárias e epiteliais e é fortemente induzida por mensageiros imunitários (citocinas). Reflete a ativação imunitária e é uma característica da utilização do triptofano induzida pelo stress imunitário. 

Num estado fisiológico normal, a maior parte do triptofano alimentar é catabolizado através da via da quinurenina, com o objetivo principal de gerar NAD+, uma coenzima vital para o metabolismo energético mitocondrial e celular. Apenas uma pequena fração é utilizada para a síntese proteica, a via da serotonina e a via do indol.    

Embora seja essencial alguma atividade através da via da quinurenina, o que importa é como e onde é regulada – e se esta via é adequadamente equilibrada ou sobre-expressa em resposta ao stress contínuo, à tensão imunitária ou à perturbação microbiana. 

O próprio IPA pode também contribuir para a supressão indireta de IDO, ao apoiar a integridade da barreira intestinal, ao reduzir a exposição sistémica aos LPS e ajudando a equilibrar a sinalização imunitária. Desta forma, a microbiota não se limita a refletir o estado do organismo – molda ativamente as enzimas reguladoras que determinam o destino do triptofano.

Por outro lado, quando a microbiota intestinal está empobrecida de micróbios benéficos (como se vê no desequilíbrio microbiano) – devido a uma baixa ingestão de fibras, dietas altamente processadas, comportamento sedentário ou stress prolongado – este sistema protetor fica fragilizado. A função de barreira enfraquece, o stress imunitário aumenta e o triptofano é cada vez mais desviado para a via da quinurenina. Isto resulta na acumulação de metabolitos como a KYN e o ácido quinolínico (QA), que estão associados a um maior stress oxidativo, alterações no equilíbrio imunitário e tensão metabólica. 

• As dietas ricas em fibras aumentam a produção de SCFA e a diversidade microbiana, apoiando a via do indol e ajudando a equilibrar o tónus imunitário.
• Foi demonstrado que o exercício aumenta os níveis de IPA e reduz os rácios de KYN/TRP, o que reflete uma melhor atividade microbiana e uma menor tensão imunitária. 
• A gestão do stress e um sono de qualidade ajudam a regular os níveis de cortisol e a atividade da TDO, apoiando uma utilização mais eficiente do triptofano. 
• O jejum intermitente apoia a renovação microbiana, melhora a autofagia e, ao reduzir o stress imunitário, pode baixar os níveis de KYN. 

Não se trata apenas de conselhos de saúde genéricos – são estratégias específicas que atuam a nível molecular para reequilibrar o metabolismo do triptofano, aumentar a resiliência e apoiar o equilíbrio de todo o corpo através do eixo metabólico intestino-cérebro-sistema imunitário.   

Ao medir os principais metabolitos e rácios – tais como do IPA, KYN e TRP, o nosso teste ajuda a revelar onde se encontra neste espectro e como o seu estilo de vida está a influenciar um dos sistemas mais dinâmicos e interligados do organismo. 

Breve resumo

• A forma como o triptofano é utilizado no organismo depende dos hábitos de vida associados ao stress, sono e alimentação. 
• Os micróbios benéficos e os SCFA ajudam a suprimir as enzimas limitadoras de taxa que iniciam a decomposição do triptofano através da via da quinurenina. 
• A microbiota intestinal não só reflete como também regula as enzimas-chave responsáveis pelo tónus imunitário e a resiliência.